Vem chegando o verão, época de retornarmos com mais força ao nosso litoral de águas quentes e cristalinas...
Época de tirar o mofo do guarda-sol e das cadeiras de praia.
Época de refazer o estoque de protetor solar fator "150".
Esta semana, em um happy hour na "calçada da fama", entre o consumo de iscas de filé e vários copos de chopp, meu amigo Insanus deu mais mostras de seu grande poder de observação.
Após sorver, de bate-pronto, um copo de chopp geladíssimo, Insanus estalou os lábios depositando o copo na mesa, com algum barulho, o que chamou a atenção dos clientes das mesas vizinhas.
Ficou nos encarando por alguns instantes com aquele seu famoso olhar enigmático.
Olhar esse que sempre antecede grandes revelações.
- É um dos grandes enigmas da humanidade! - disse ele em tom pensativo, os olhos agora fitando o infinito.
- É um dos grandes o quê? - perguntei enquanto passava uma lasca de filé na farofa e levava à boca.
- Um dos grandes enigmas da humanidade! - repetiu ele, olhando a bunda da garçonete que passava.
- Nessa época de veraneio fico intrigado com várias coisas. - continuou ele.
- Uma delas é a questão do uso de cadeiras e guarda-sol pelos banhistas. Em qualquer praia ou piscina que eu vou atraio todo tipo de pessoas que sentam na minha cadeira, usam a sombra do meu guarda-sol. Chegam, parece, vindos do nada e trazendo nada nas mãos... Vêm e se acampam em minhas coisas. Sentam no meu lugar, pegam a minha sombra e não tem hora para sair... - disse em tom resignado com um olhar um tanto melancólico, ficando em silêncio após.
Permaneceu em silêncio secando as gotas de água que condensaram no copo recém trazido pelo garçom. Minúsculas bolhas de gás a subir do fundo do copo, até se encontrarem com o tradicional colarinho branco onde micro explosões libertavam o seu conteúdo para a atmosfera..
O líquido precioso, de cor amarelo-ouro parecia ter brilho próprio.
A garçonete passou mais uma vez, mais rebolante e provocante ainda.
O movimento dos quadris parecia afetar Insanus que, praticamente de um gole só, tomou o chopp inteiro.
Levantou-se de súbito, com as bochechas coradas, o nariz vermelho, e sem falar nada dirigiu-se ao banheiro. Os diversos chopps tomados faziam o seu efeito...
Ao fundo, atrás do balcão do bar, um pouco mais afastado, meus olhos deparam-se com meu amigo Barman, que abana em minha direção. Retribuo o aceno e levanto o copo quase vazio em um brinde ao amigo...
Nesse exato momento uma bela mulher de cabelos claros e brilhantes como ouro e pernas compridas como uma gazela, senta-se ao meu lado, no lugar antes ocupado por Insanus.
Olho sorrindo para o Barman, que retribuindo o sorriso, chega trazendo um novo copo de chopp e dizendo:
... um grande enigma para a humanidade...
Tenho que concordar com o Insanus. Essas pessoas chegam do nada, trazendo nada e sentam-se no lugar da gente. "Parece a Michele Pfiffer, e a Michele Pfiffer pooooode", penso enquanto tomo o chopp em pequenos goles. O cérebro a imaginar mil coisas...
O chopp vai fazendo seu efeito...
PS: nada como uma foto roubada de um blog amigo...
Hehehe.
Abraços aos "Barmans" da nossa vida...